quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Creepypasta da Ally #03 - Reich mir die hand


A noite não era como as outras. 
A lua estava cheia, e seu branco pérola brilhava estonteantemente no breu gélido.
A lua também não estava brilhando como nas outras noites. 
Eu gostava de passear quando o sol se punha, e naquela noite, eu havia decidido ir ao cemitério, que venhamos e convenhamos, era meu local favorito para se estar, vivo ou morto...
Saí de casa com apenas uma lingerie por baixo do sobretudo grosso, pois havia acabado de acordar e como estava noite, e eu iria num cemitério, pensei que perigos não poderiam surgir..Mas eu estava errada.
A caminhada não foi longa, mas foi dolorosa por simplesmente eu ter na lembrança alguém que perdi pra vida há anos atrás.
Eu podia deixar flores em sua lápide e me despedir mais uma vez.
As nuvens cobriram a luz da lua por alguns instantes e meus sentidos se aguçaram, e então comecei a ouvir passos além dos meus. Mas os passos me seguiam.
Comecei a andar ligeiramente mais rápido e os passos agora não podiam ser escutados, mas eu sabia que tinha alguém atrás de mim. Eu podia sentir sua respiração.
Corri sem me importar e acabei por tropeçar numa lápide bem feita em formato de cruz gótica e, enquanto analisava àquilo por uns instantes antes de começar a correr de novo fui surpreendida por um homem lindo, de pele clara e fria como a morte, de cabelos escuros e curtos, deixando ainda mais a mostra seu belo rosto, e seus olhos brancos que congelavam a alma.
Senti que o conhecia e meu coração palpitou mais forte até que finalmente sussurrei seu nome entre os ventos deliciosamente gélidos da noite, e ele confirmou, mostrando-me uma foto não muito antiga minha de bolso emoldurada e bem conservada. 
Senti-me arrepiar e sabia que deveria ir com ele.
Ele estava tão diferente, porém tão igual.
Lembrei enquanto saíamos do cemitério o quanto nos desejávamos e o quanto nos amávamos.
Chris seguiu calado e, por mais que seu novo jeito me assustasse, eu o olhava com doçura e desejo, .. um tipo de fogo, talvez.
Quando chegamos.. em algum lugar do qual eu realmente não prestei atenção por estar fissurada e presa nos olhos de Chris, vi pessoas - ao menos pareciam ser pessoas - dançando e bebendo, como se festejassem algo muito importante.
Chris levou-me para longe deles; para seu quarto.
Estremeci, mas era o que nós dois queríamos de certa forma.
Tudo àquilo me deixava comigo e eu parecia estar sendo controlada por qualquer outra coisa, menos por mim mesma..Assim como ter tirado o casaco.
Tive de fazer coisas que eu nem sabia serem possíveis e então gelei de medo.
Vi seus olhos brancos e seu rosto sem expressão de novo quando ele me levou à sua cama.
Para minha surpresa, eu estava gostando daquilo. Mais do que deveria. 
Cedi-me à Chris, que pareceu finalmente sorrir pra mim, mas então, eu havia visto sua boca, e seus dentes que agora estavam tão afiados quanto pequenas facas.
Arrepiei-me, mas no momento, deixei-me levar, pois naquela altura da noite e do êxtase no qual eu me encontrava, nada mais poderia ser feito.
Eu sentia uma mistura de amor e medo, até que seus dentes penetraram meu pescoço com um pouco mais de força do que imaginei e então gritei.
Gritei de susto e gritei de dor.
Gritei porque queria saber o que ele estava fazendo e gritei porque ele pressionou ainda mais seus dentes.
Ele saboreava meu sangue de forma indescritível e parecia mais feliz do que nunca havia sido em vida.
Então me veio algo à cabeça.
Ele estava morto. 
E eu estava em seu quarto, e na sala haviam muitos iguais a ele, e ele havia acabado de me morder.
Ele não morreu de fato, e seu jeito monstruoso não me assustava mais. 
Simplesmente aderi à sua brincadeira e saciei-me do meu próprio sangue junto dele, sorrindo de prazer e insanidade.
A noite foi longa, mas não sei dizer se havia terminado.
Chris não dormiu, e eu também não conseguia.
Meu pescoço doía mas era uma dor deliciosa.
Meu corpo queria algo que eu não sabia o que era e eu estava quase tonta, meio fraca, até que fui guiada por Chris até a sala, onde ainda festejavam e pareciam nunca cansar.
Depois de um tempo observando direito, consegui ver coisas que não havia prestado atenção da primeira vez; todos se embebedavam de sangue, e eu sabia que era sangue porque eu sentia seu cheiro delicioso.
Nesse meio tempo, Chris e deu demos a volta até seu trono e ele escolheu uma bela dama que pareceu gostar de fato ter sido escolhida. 
Não sabia direito o que fazer então somente seguir os passos de Chris; mordi-a.
Mordi a garota e toda minha fraqueza se esvaiu, todos os meus pensamentos focaram na cena e toda minha sede e fome estavam sendo saciadas com àquela bebida quente maravilhosa que sugeria vida.
A menina gritou e se contorceu levemente de dor por estar sendo mordida de dois lados por dois monstros sedentos de morte.
Agora todos gritavam ainda mais pela nova dama que obtiveram como soberana da raça e a festa continuou. 
Vampiros mordiam-se, embebedando-se de sangue com todo o prazer do mundo, mas começou a ficar sem graça.
Precisávamos de outro tipo de sangue.
Sangue quente.
Sangue humano... 



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