quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Creepypasta da Ally #01 - Bring me souls

Olá, bebês. Bom, como eu disse, estou configurando as postagens do blog e decidi que toda quarta-feira eu escreverei uma creepypasta. Não sou muito boa, mas, vamos lá. Depois eu posto as programações inteiras. Divirtam-se.

Era noite. O vento corria suavemente, mas o mesmo era tão gélido que era incapaz de um ser humano suportar sem estar vestido adequadamente. 
Numa estrada totalmente inutilizada a tal hora da madrugada, havia uma garotinha.
A menina tinha aparentemente uns sete ou oito anos de idade, e não aparentava ser mais do que aquilo.
Ela era docemente rósea nas bochechas, alva como a neve, de olhos verdes penetrantes e tinha os cabelos negros mais lisos e brilhantes que alguém já vira.
Em sua mente, alguém falou.
"Lydia.."
- Sim..
"Faça uma coisa para mim, minha querida."
-... - A garota não havia se assustado com a voz, pois, de algum modo, ela a conhecia mais do que a si mesma.
"Traga-me comida."
- O que deseja..?
"Quero inocência."
- Onde acharei isso?
"Em pessoas da sua idade...Agora vá!" - A voz soou ainda mais tenebrosa e a menina sentiu uma onda ainda mais gélida que a noite em sua espinha dorsal.
- Sim..
Agora chovia. A noite tornou-se ainda mais terrorífica e insuportável. Mas a menina não cansava. Seus olhos brilhavam e em sua boca havia se formado uma espécie de sorriso mecânico. 
A garotinha andou muito até que por fim encontrou um vilarejo, mas, ela estava um tanto sem sorte, pois, estava amanhecendo, e suas forças estavam se esgotando.
Após as cinco da manhã, uma moradora saiu de sua casa para pegar as roupas que havia deixado no varal e reclamou.
- Mas que droga.. terei de deixá-las aí novamente.. ainda estão molhadas! -  E então ela se virou e deparou-se com a menina. Prontamente assustou-se ao ver aquela garotinha linda caída na terra molhada e sem pensar duas vezes a pôs nos braços e a levou para dentro de casa.
Seu filho, de idade equivalente a da menina perguntou o que a mãe fazia com aquela garotinha e a mãe lhe contou o ocorrido.
O garoto involuntariamente sentiu um tipo de afeição pela garota e ficou a observá-la durante todo o dia, até que ela acordou.
A menina sentiu-se corar quando percebeu estar sendo observada, mas, concluiu que estava perto do que tinha que fazer. 
"Lydia.."
A garota sabia que não podia responder à voz estando no meio dos anfitriões.
- Ainda bem que acordou, querida. Está tudo bem? - A mulher dos olhos de mel e sorriso bondoso passava cuidadosamente a mão macia na testa da menina para verificar a temperatura. 
Lydia respondeu somente com um aceno de cabeça.
A mulher sorriu para ela.
- Está gelada ainda.. não quer tomar um banho quente para jantar daqui a pouco? 
Lydia disse que sim novamente com um aceno de cabeça.
- Então vamos.. - A mulher puxou-a docemente pela mãozinha fria, levando-a até o banheiro. 
A menina despiu-se e a mulher tomou uma expressão aterrorizada ao ver vergões veementemente feitos e hematomas nos braços quase em formatos de mãos.
- O que é isso, querida?!
- Meu nome é Lydia...- a menina respondeu friamente e adentrou na enorme bacia de madeira escura, afundando-se até a pontinha do nariz.
A mulher estranhou, claro, mas conteve-se , sabendo que Lydia era apenas uma criança possivelmente traumatizada e ofereceu-se para banhar a garota.
- Não, obrigada..
- Como quiser.. - A mulher prendeu seus lindos cabelos louros e saiu, deixando a menina a vontade.
"Lydia"
- Sim - sussurrou a menina.
"Está perto?"
- Sim.
"Esta noite?"
- Sim.
Quando finalmente a garota saiu do banheiro, a comida cheirava deliciosamente, a levando direto para a cozinha. Ela sorriu. Mas não foi ela que sorriu de verdade..
Lydia sentou-se à mesa e o garotinho dos olhos azuis que eram tão claros que chegavam a ser esbranquiçados continuava a olhá-la.
Os três jantaram a comida gostosa e quando terminaram, a mulher liberou os dois para brincarem enquanto lavava a louça e arrumava a cozinha.
- Brincar? - Lydia tombou a cabeça e piscou várias vezes seus enormes olhos.
- Sim! Vamos? Por favor! - O menino implorava e Lydia sabia que se o fizesse dormir feliz, seria um presente melhor a oferecer à sua dama.
- Me chamo Lydia..
- Meu nome é Tom! Vamos, vamos brincar! - o menino rapidamente entregou-lhe um graveto que disse ser a espada e tomou um outro em mãos.
Os dois "espadearam" até que Tom começou a cansar e o tempo tornava-se gélido novamente.
- Para dentro, crianças! Vai chover!...Ai, minhas roupas! - A mulher empurrou delicadamente os dois para dentro de casa e correu para tirar as roupas já secas, porém congelantes do varal.
Os dois foram para o quarto e ficaram brincando ainda com bichinhos de plástico.
Lydia não se divertiu, mas sorriu e continuou fazendo o menino feliz.
- Meninos, está na hora de dormir.. Lydia, pode ficar aqui por quanto tempo quiser, está bem? Esta noite vou deixar-lhe dormir aqui pois meu quarto está cheio de tranqueiras, mas prometo levar-lhe para dormir lá amanhã, tudo bem? - A mulher deu um beijo na testa de Tom e um pequeno beijo na bochecha de Lydia, que imediatamente colocou a mãozinha no rosto.
- O-o quê? - Sussurrou a menina perplexa.
- Tudo bem?
-Sim.. - retomou novamente a frieza e deitou-se na cama larga com o menino.
Tom dormiu rapidamente, estando mesmo muito cansado.
Lydia fingiu dormir até que finalmente escutou as batidas calmas do coração da mãe de Tom.
Lydia sentou-se na beirada da cama.
"Lydia"
- Sim..
"Agora."
-...A última vez?
"Sim"
A garota despiu-se e de poucos, sem brilho e nem barulhos, tornou-se uma lindíssima mulher, com curvas invejáveis. Seus olhos tonaram-se avermelhados como chamas e seus cabelos cobriam-lhe os seios a mostra. 
Lydia ajoelhou-se perante a cama de Tom, que ainda ressonava tranquilo e feliz e sugou-lhe a alma.
Quando terminou, entregou a alma doce e pura do menino à sua dama e fugiu pela janela, feliz por não pertencer mais àquela criatura, porém triste por ser agora um ser das trevas...Mas no fundo ela adorava.
Quando amanheceu, a mãe de Tom pareceu não se lembrar de Lydia, pois, não lhe havia perguntado nada.
Mas o menino se lembrava. E se lembrou de ter visto uma linda mulher com olhos quentes como o inferno lhe matar por dentro. Mas não contou nada à mãe pois não sentia necessidade.
"Tom"
- Sim..
"Faça uma coisa para mim, meu querido.."

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